Por conta da viagem do Papa Francisco ao Cazaquistão, cujo tema é o diálogo inter-religioso, o Vatican News em Português realizou live com Monja Coen.
Especialista no silêncio e na meditação budista, Coen é uma monja zen budista e missionária da tradição Soto Shu Com sede no Japão. Além disso, ela é o fundadora da comunidade Zen Budista, fundada em 2001.
Ex-católica
De acordo com uma entrevista recente concedida ao programa Pânico, a monja falou sobre seu processo de transição do catolicismo para o budismo. “Eu cresci em uma família católica apostólica romana. Levaram-me para escolas dirigidas por freiras e coisas assim, estudei em escolas públicas também, o que dá uma visão muito mais ampla da realidade, né? Quando eu tinha 11 ou 12 anos comecei a perguntar à minha família sobre os valores de Jesus. ‘Você está vivendo o que Jesus ensinou?” disse Coen.
“Por que a carne da mesa é diferente da carne da cozinha?”, explicou. “Eu disse que não era o ensino de Jesus. Falei para minha mãe que não iria mais à missa, disse a ela que era ateia. Foi quando comecei a me perguntar o que é Deus.“
Monja Coen diz que estava curiosa para descobrir novas realidades e interpretações de fé e vida de outros autores e religiões. “Com essas perguntas, comecei a ler muito e a procurar outros lugares que pudessem me dar algumas oportunidades para visões de mundo diferentes daquela em que nasci e cresci. Fui ler Nietzsche e Coisas da Índia. Existem outras maneiras de pensar sobre a realidade, certo?”, disse ela.
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“Existem países no mundo que nunca ouviram falar de Jesus, muitas pessoas no mundo nem sabem quem ele é e estão vivendo bem. Há muitos ateus que são extremamente éticos e corretos, e não porque tenham medo de Deus, não porque algo ruim aconteceria comigo se eu fizesse alguma coisa”, concluiu.
Vídeo polêmico da Monja sobre aborto
Após o anúncio da live no Vatican News, internautas acharam na internet um vídeo de Coen defendendo a legalização do aborto.
“Houve uma época no Japão em que, da segunda guerra mundial e que muitas mulheres que engravidavam durante a guerra, abortavam. Porque não tinham condições de criar filhos no meio das bombas, então o que existe no Japão hoje, são templos com grandes imagens de Canon Bodisatva que é o Bodisatva da compaixão, são templos dedicados aos abortos, que são considerados naturais, e a opção da mulher de abortar não é considerada crime no Japão e a minha tradição budista é japonesa e concorda com isto.” explica Coen. “[…] eu queria que fosse legalizado sim! Porque sendo legalizado, vai ser tratado de forma melhor, você vai a um médico. A menina, sei lá, ficou grávida, aflita não sei se posso ter, vai conversar e o médico vai ter recomendar, não menina, tenha o bebê. Ele não vai dizer, vamos abortar porque você está me pedindo, vamos refletir sobre isto.” diz Coen.
Erramos: o texto foi alterado!
Na versão anterior o título dizia que o Vaticano realizará uma live com a monja, no entanto, a live já havia sido transmitida horas antes da publicação desta reportagem.
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