O Papa Francisco pediu “coexistência não violenta” na Nicarágua logo após sua mensagem semanal do Ângelus.
“Estou acompanhando de perto, com preocupação e tristeza, a situação criada na Nicarágua e que envolve pessoas e instituições”, afirmou o papa em 21 de agosto.
“Quero expressar minha convicção e meu desejo de que, por meio de um diálogo aberto e sincero, possam encontrar as bases para uma convivência respeitosa e pacífica”, acrescentou. “Peçamos ao Senhor, por intercessão de Nossa Senhora Puríssima, que inspire tal vontade concreta nos corações de todos.”
A princípio, a fala do Papa Francisco acompanhou o sequestro na sexta-feira do bispo Rolando Álvarez pela polícia nicaraguense.
Além disso, a polícia forçou sua entrada em casa, na qual ele estava sob prisão domiciliar por 2 semanas. Álvarez é um crítico ferrenho do regime do presidente Daniel Ortega.
Desde 19 de agosto, Álvarez está em prisão domiciliar em uma casa. O cardeal Leopoldo Brenes, arcebispo de Manágua, passou a fazer visitas ao bispo preso na sexta-feira.
Álvarez é o bispo da Diocese de Matagalpa, na importante região norte da Nicarágua. Junto com outros 8 – clérigos, seminaristas e leigos – o bispo foi forçado a ir à chancelaria. Álvarez também está proibido de receber refeições ou remédios.
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Os clérigos e seminaristas também estão presos desde sexta-feira. Todos estão detidos dentro da Direção de Assistência Judiciária, em uma prisão reconhecida como El Chipote. Esta prisão é famosa por torturas.
Desde 2018, sob a ditadura de Ortega, foram mais de cento e noventa agressões contra a Igreja Católica, seus bispos, clérigos, fiéis e casas de culto, de acordo com um arquivo compilado por meio da profissional jurídica Martha Patricia Molina Montenegro, membro do Observatório Pró-Transparência e Anticorrupção.
Ortega tem repetidamente insultado bispos e clérigos católicos, chamando-os de demônios de batina, terroristas e conspiradores de golpe.
Em março deste ano, a ditadura expulsou o núncio apostólico na Nicarágua, o arcebispo Waldemar Stanislaw Sommertag.
No início de julho, as Missionárias da Caridade, sediadas por via de Santa Teresa de Calcutá, e comprometidas com a preocupação com os mais pobres e doentes, foram expulsas do país.
O regime também fechou à força estações de rádio e TV católicas dentro do país.
Por fim, nas últimas semanas, usando a polícia, a ditadura de Ortega assediou padres na Nicarágua, especialmente nas dioceses de Matagalpa e Siuna, onde o padre Oscar Benavidez foi preso em 13 de agosto sem motivo conhecido.
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