A Linha Editorial do Deo Vero está em grande parte inspirada nos princípios do Decreto Inter Mirifica. No entanto, sensível às mudanças históricas e aos avanços da ética, o Deo Vero acrescentou ao compromisso com a democracia, a luta pela defesa da liberdade de expressão e de imprensa, a promoção da livre iniciativa, da justiça e a permanente busca da verdade. Comprometido com os valores proclamados pela Santa Igreja Católica, o Deo Vero está sintonizado com o presente e o futuro dos católicos brasileiros, com a defesa de seus valores culturais, éticos e históricos e a preservação do seu patrimônio natural. Como grupo empresarial do setor de comunicação e informação, persegue a eficiência, a modernidade, a criatividade e a rentabilidade, pré-requisitos da sua independência informativa e editorial. Ademais, comunga com os princípios das empresas socialmente responsáveis: geração de riqueza com sensibilidade social e respeito a doutrina da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

Confira logo abaixo um resumo das crenças editoriais do Deo Vero. E lembre-se: você não precisa concordar com elas. O que o jornal deseja é fomentar a discussão pública e tornar clara sua linha de pensamento. 

O PODER DA RAZÃO

Se expomos nossas convicções, é porque acreditamos na capacidade de o ser humano usar sua inteligência para alcançar a realidade. Sabemos que, ultimamente, essa capacidade tem sido
colocada em xeque, a ponto de se defender a inexistência de verdades objetivas, uma afirmação em si mesma contraditória. E, se o ser humano pode atingir a verdade, pode também compartilhá-la, por meio de uma honesta disposição ao debate que respeita a inteligência do outro.

A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

O escândalo é a atitude ou comportamento que leva outrem a fazer o mal. O escandaloso transforma-se em tentador do seu próximo; atenta contra a virtude e a retidão, podendo arrastar o irmão para a morte espiritual. O escândalo constitui uma falta grave se, por ação ou omissão, levar deliberadamente outra pessoa a cometer uma falta grave.

O escândalo reveste-se duma gravidade particular conforme a autoridade dos que o causam ou a fraqueza dos que dele são vítimas. Ele inspirou esta maldição a nosso Senhor: «Mas se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem em Mim, seria preferível que lhe suspendessem do pescoço a mó de um moinho e o lançassem nas profundezas do mar» (Mt 18, 6). O escândalo é grave quando é causado por aqueles que, por natureza ou em virtude da função que exercem, tem a obrigação de ensinar e de educar os outros. Jesus censura-o nos escribas e fariseus, comparando-os a lobos disfarçados de cordeiros.

O escândalo pode ser provocado pela lei ou pelas instituições, pela moda ou pela opinião.

É assim que se tornam culpados de escândalo os que estabelecem leis ou estruturas sociais conducentes à degradação dos costumes e à corrupção da vida religiosa, ou a «condições sociais que, voluntária ou involuntariamente, tornam difícil e praticamente impossível uma conduta cristã conforme aos mandamentos» (61). O mesmo se diga dos chefes de empresa que tomam medidas incitando à fraude, dos professores que «exasperam» os seus alunos, ou daqueles que, manipulando a opinião pública, a desviam dos valores morais.

Aquele que usa dos poderes de que dispõe, em condições que induzem a agir mal, torna-se culpado de escândalo e responsável pelo mal que, direta ou indiretamente, favorece. «É inevitável que haja escândalos, mas ai daquele que os causa» (Lc 17, 1).

DEFESA DA VIDA DESDE A CONCEPÇÃO

 A vida humana deve ser respeitada e protegida, de modo absoluto, a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o ser inocente à vida. A Igreja afirmou, desde o século I, a malícia moral de todo o aborto provocado. E esta doutrina não mudou. Continua invariável. O aborto directo, isto é, querido como fim ou como meio, é gravemente contrário à lei moral.

O VALOR DA FAMÍLIA

Existe um ambiente em que cada um é querido pelo que é, independentemente de sua utilidade ou de seus atributos: a família. Ela fornece o primeiro aprendizado do exercício das virtudes, como a generosidade; é o ambiente mais propício ao desenvolvimento pessoal de seus membros. Famílias fortes levam a sociedades fortes. Por isso, a família precisa de uma proteção especial da sociedade e do Estado, e as agressões à família e as cometidas dentro dela são males que precisam ser combatidos sem descanso.

O respeito filial favorece a harmonia de toda a vida familiar; engloba também as relações entre irmãos e irmãs. O respeito pelos pais impregna todo o ambiente familiar. «A coroa dos anciãos são os filhos dos seus filhos» (Pr 17, 6). «Suportai-vos uns aos outros na caridade, com toda a humildade, mansidão e paciência» (Ef 4, 2).

Os cristãos, têm o dever de ser especialmente gratos àqueles de quem receberam o dom da fé, a graça do Batismo e a vida na Igreja. Pode tratar-se dos pais, de outros membros da família, dos avós, dos pastores, dos catequistas, dos professores ou amigos. «Conservo a lembrança da tua fé tão sincera, que foi primeiro a da tua avó Lóide e da tua mãe Eunice, e que, estou certo, habita também em ti» (2 Tm 1, 5).

A IMPORTÂNCIA DO CASAMENTO

No matrimônio – que não é uma construção social, mas uma instituição natural –, o homem e a mulher praticam a generosidade pela entrega mútua e exclusiva, aberta ao surgimento de novos indivíduos. Quando bem compreendido, o casamento é o antídoto contra o egoísmo – e, quando mal compreendido, vira um “egoísmo a dois”. É preciso recuperar uma necessária e verdadeira educação a respeito do significado do casamento, para que mais pessoas compreendam o desafio apaixonante que reside nesta união.

O Senhor Jesus insistiu na intenção original do Criador, que queria um matrimônio indissolúvel. E abrigou as tolerâncias que se tinham infiltrado na antiga Lei.

Entre batizados, «o matrimônio rato e consumado não pode ser dissolvido por nenhum poder humano, nem por nenhuma causa, além da morte» .

A separação dos esposos, permanecendo o vínculo matrimonial, pode ser legítima em certos casos previstos pelo direito canônico.

Se o divórcio civil for a única maneira possível de garantir certos direitos legítimos, tais como o cuidado dos filhos ou a defesa do patrimônio, pode ser tolerado sem constituir falta moral.

O divórcio é uma ofensa grave à lei natural. Pretende romper o contrato livremente aceite pelos esposos de viverem um com o outro até à morte. O divórcio é uma injúria contra a aliança da salvação, de que o matrimônio sacramental é sinal. O facto de se contrair nova união, embora reconhecida pela lei civil, aumenta a gravidade da ruptura: o cônjuge casado outra vez encontra-se numa situação de adultério público e permanente:

«Não é lícito ao homem, despedida a esposa, casar com outra; nem é legítimo que outro tome como esposa a que foi repudiada pelo marido».

O carácter imoral do divórcio advém-lhe também da desordem que introduz na célula familiar e na sociedade. Esta desordem traz consigo prejuízos graves: para o cônjuge que fica abandonado; para os filhos, traumatizados pela separação dos pais e, muitas vezes, objecto de contenda entre eles; e pelo seu efeito de contágio, que faz dele uma verdadeira praga social.

Pode acontecer que um dos cônjuges seja a vítima inocente do divórcio declarado pela lei civil; esse, então, não viola o preceito moral. Há uma grande diferença entre o cônjuge que sinceramente se esforçou por ser fiel ao sacramento do matrimónio e se vê injustamente abandonado, e aquele que, por uma falta grave da sua parte, destrói um matrimônio canonicamente válido.

O VALOR DA COMUNICAÇÃO

Comunicar significa “colocar em comum”. É algo que a humanidade sempre fez, e que a imprensa e a internet apenas potencializaram. Quando as pessoas colocam algo – uma alegria, uma tristeza, uma preocupação, uma indignação – em comum, elas fortalecem seus laços, e essa tem de ser a prioridade da comunicação social. Para isso, é preciso comunicar o que é mais nobre, o que nos une. Os veículos de comunicação, neste contexto, têm um papel fundamental na construção de uma sociedade livre, democrática e saudável, difundindo uma visão humanística renovada para que a sociedade possa fazer melhores escolhas.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

Apenas em um ambiente no qual vigora a liberdade de expressão o homem pode se relacionar com os demais de forma a desenvolver os seus potenciais. A liberdade de expressão é essencial para a democracia porque amplia os canais de participação política – por meio dela, a comunidade torna públicas suas demandas e pode fiscalizar seus representantes. Mas a liberdade de expressão também tem outras dimensões igualmente importantes. Ela permite, por exemplo, que os indivíduos conquistem sua autonomia espiritual e intelectual, por meio da arte e de outras manifestações da criatividade humana.