Em 2018 percebemos que o conservadorismo foi uma boa tática de marketing para conseguir votos, mas não é só com ideologias que se ganha uma eleição, a religião tem um papel fundamental nessa corrida. Como o Padre Paulo Ricardo afirma que a religião organizada é uma força política não seria nenhuma novidade que muitos políticos usam-a como marketing eleitoral, não que isso seja errado, pelo contrário, devemos ter candidatos cristãos católicos que estejam dispostos a defender a Santa Igreja e a Família, precisamos sim, de políticos como a Deputada Chris Tonietto que luta dia e noite contra o aborto, mas infelizmente nem tudo na política são flores, existem candidatos católicos e candidatos que se disfarçam de católicos apenas para ganhar votos e não foi diferente com Bolsonaro.
Como figura pública Bolsonaro precisa agradar o máximo de eleitores possíveis e como seu eleitorado se resume ao conservadorismo isso significa que 22% dos conservadores são protestantes. Bolsonaro é casado com uma adepta dessa fé protestante, Michelle, o filho Flávio é batista como a esposa, e sua interlocução com pastores é ótima —Silas Malafaia celebrou seu terceiro casamento. O nosso capitão declara-se católico mas foi batizado nas águas do rio Jordão (onde diz a Bíblia que Jesus teria sido batizado). A imersão foi feita pelo Pastor Everaldo, durante uma viagem a Israel, contrariando Efésios 4,5 “há um só Senhor, uma só fé, um só batismo”.
“Peso-pesado”, brincou, ao puxar o homem de bata branca das águas, o líder da legenda na qual Bolsonaro havia entrado dois meses antes, com a promessa de ser candidato ao Planalto (migrou em 2018 para a atual sigla, PSL).
De acordo com o sociólogo da USP Ricardo Mariano, que estuda o crescimento do protestantismo no brasil, Bolsonaro tinha outro bom motivo para aceitar ser submerso no Jordão pelo pastor da Assembleia de Deus: faro eleitoral.
“O batismo tinha mais viés eleitoral do que qualquer coisa. Bolsonaro está em campanha há quatro anos, como ele mesmo disse”, afirma Ricardo em entrevista a Folha.
Católicos ainda são maioria religiosa do eleitorado, 56%, aponta pesquisas. Mas boa parte só diz que é católica, sem necessariamente ser praticante, o que significa que muitos brasileiros nem católicos são, já que não existe católico não praticante pois ninguém faz parte de uma religião que não pratica.
Bolsonaro passa mais tempo em cultos protestantes do que em missas, tem mais amigos pastores do que padres e raramente vai a missa, é amigo de Silas Malafaia desde 2006, ano de criação de um projeto de lei que horrorizou a bancada protestante no Congresso: o Projeto de Lei 122, que criminalizava a homofobia. Pastores temiam processos caso pregassem contra o casamento gay, se o texto fosse aprovado.
Em 2010, a relação com os protestantes se estreita após Bolsonaro abraçar a luta contra o “kit gay”. Naquele ano, ele integrava a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
Agradar o eleitorado protestante é uma boa tática, com o crescimento evangélico, isso faz com que esse público seja maioria futuramente, o que significa mais votos.
Fiquemos atentos para as eleições municipais de 2020, nesse período irá aparecer muitos candidatos católicos que nunca pisaram na sua paróquia mas que estarão lá em outubro apenas para pedir votos.
A realidade é dura, por mais que o Presidente seja nossa única opção frente ao progressismo, isso não muda o fato de que Bolsonaro não é católico, nem mesmo de IBGE.
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