Afinal, católico deve ser de esquerda ou de direita?

Esquerda ou de direita? A resposta não é tão simples como parece, em tempos de eleições o assunto é motivo de polêmica.

Por: Mathias Ribeiro
. Atualizado: 28/08/2022 às 09h:53

Católico deve ser de esquerda ou de direita? A resposta não é tão simples como parece, em tempos de eleições escrever um artigo sobre o assunto é motivo de polêmica, mas como nosso objetivo é catequizar, aqui estamos.

Origem do termo esquerda e direita

Assembleia Nacional Constituinte durante a Revolução Francesa
Domínio Público

Os termos “esquerda” e “direita”, com conotação política, surgiram durante a Revolução Francesa, em 1789. Na ocasião, extremistas jacobinos se sentaram à esquerda e os liberais girondinos se sentaram à direita, no salão da Assembleia Nacional Constituinte as causas que eles defendiam são as que conhecemos hoje.

O que é ser de esquerda ou direita?

Esquerda: defende os direitos dos trabalhadores e das minorias, o bem-estar coletivo e a igualdade entre os indivíduos.

Direita: é a favor de uma visão mais tradicional e conservadora que defende o bem-estar individual.

Muitos esquerdista não entendem o que é de fato ser de esquerda assim como muitos de direita não fazem a mínima ideia do que é ser de direita. O fascismo: foi um movimento surgido como racha do Partido Socialista; pregava uma sociedade altamente controlada pelo Estado e pelos Sindicatos. A legislação trabalhista fascista foi importada aqui para o Brasil pelo Getúlio, e até hoje os PTs da vida a consideram maravilhosa, “uma grande conquista do trabalhador brasileiro”, etc, mas se você perguntar para um esquerdista o que ele acha do fascismo, ele com certeza vai dizer que é de direita.

O que a igreja acha disso?

Nada melhor do que o catecismo da santa igreja para responder essa pergunta:

2424 Uma teoria que faz do lucro a regra exclusiva e o fim último da atividade econômica é moralmente inaceitável. O apetite desordenado pelo dinheiro não deixa de produzir seus efeitos perversos. Ele é uma das causas dos numerosos conflitos que perturbam a ordem social.

Um sistema que “sacrifica os direitos fundamentais das pessoas e dos grupos à organização coletiva da produção” é contrário à dignidade do homem. Toda prática que reduz as pessoas a não serem mais que meros meios que têm em vista o lucro escraviza o homem, conduz a idolatria do dinheiro e contribui para difundir o ateísmo. “Não podeis servir ao mesmo tempo a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24; Lc 16,13).

§2425 A Igreja tem rejeitado as ideologias totalitárias e atéias associadas, nos tempos modernos, ao “comunismo” ou ao “socialismo”. Além disso, na prática do “capitalismo”, ela recusou o individualismo e o primado absoluto da lei do mercado sobre o trabalho humano. A regulamentação da economia exclusivamente por meio planejamento centralizado perverte na base os vínculos sociais; sua regulamentação unicamente pela lei do mercado vai contra a justiça social, “pois há muitas necessidades humanas que não podem atendidas pelo mercado”. É preciso preconizar uma regulamentação racional do mercado e das iniciativas econômicas, de acordo com uma justa hierarquia de valores e em vista do bem comum.

Então podemos concluir apenas com o catecismo que a igreja não é de esquerda nem de direita.

Jesus era esquerdista?

Já escrevemos um artigo mostrando as razões bíblicas de que Jesus não era comunista mas mesmo assim fica uma dúvida no ar, qual era a opção política de Jesus Cristo? Vejamos no evangelho de São João 18, 37:

“Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz.”

Então apenas com essa passagem, podemos concluir que Jesus era monarquista assumido! E não só Jesus Cristo mas como também toda a Igreja Católica, Jesus é rei e Nossa Senhora é nossa Rainha!

Qual é a opção política mais próxima da doutrina social da igreja?

A igreja prega que cada coisa deve ser feita no menor âmbito possível. A família deve fazer tudo o que puder. O que a família não puder fazer, o bairro faz. Além disso, o que o bairro não puder fazer, o município faz. O que o município não puder fazer, o estado faz. O que o estado não puder fazer, a União faz. E por aí vai. De cara já podemos dizer que a esquerda está longe da doutrina católica, já que o Estado será responsável por tudo. A princípio a direita é a mais próxima da doutrina social da igreja, já que a direita prega que tudo vem de baixo para cima, até aqui ok, mas temos um problema, a direita é uma teoria que vê o homem apenas como centro econômico da coisa, essas teorias são falhas e, em última instância, contrárias à Doutrina Social da Igreja.

Então nas eleições o católico deve votar no candidato (seja de esquerda ou direita) que estiverem mais próximos da doutrina social da igreja, é claro que em 2018 as pautas esquerdistas estão a quilômetros de distância da doutrina da Santa Igreja, com a ideologia de gênero, o aborto e pauta anti-família, mas a direita também não está lá essas coisas com a pregação do Estado Laico etc.

Resumidamente falando, não podemos ser nem um nem outro, devemos ser apenas católicos!

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